sábado, outubro 29, 2005

Saudade


A angústia da saudade é tão sublime
Que é martir cada alma que a soletra:
Com laivos de agonia se deprime
E nessa depressão se compenetra...

A angústia da saudade não se exprime
É mágoa que ultrapassa o dom da letra
Gemido de violino em corpo- vime
Que abate o frágil peito onde penetra

Oh sentimento ímpar, incarnado
No écran de filmes de passado:

--memória que é conforto e martiriza...

Oh acre nostalgia que apetece!
Que dá, de cada hora que não esquece,
Um cromo que a saudade imortaliza!

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